Jung chamou de “Complexo” a uma gama de conteúdos psíquicos que se aglomeram no Inconsciente Pessoal da pessoa, atraindo para si uma grande quantidade de pensamentos, sentimentos e emoções afetivas, dotadas de energia psíquica acumulada, que interferem em sua vontade, perturbando a sua lucidez. Quando uma pessoa é dominada por uma emoção descontrolada é sinal de que algum Complexo foi ativado. Daí surgiu a expressão popular de que a pessoa é (ou está) “complexada”. O perigo não é possuirmos Complexos, mas sermos possuídos por eles. Enquanto o Complexo estiver sob o nosso domínio, controle, tudo bem; mas quando estiver inconsciente, nos for estranho, passamos a ficar sob o seu controle, vulneráveis a reações irracionais e estranhas à nossa Consciência, como se fossemos tomados por outra personalidade que revela uma parte de nós, que não conhecíamos ou que, muitas vezes, procuramos esconder.
Nas personalidades instáveis, os Complexos assumem a responsabilidade pelas ocorrências problemáticas. O ser depara-se com conteúdos psíquicos construídos no passado, que se exteriorizam, afligindo-o, atormentando-o, limitando-o. As influencias do passado (distantes e recentes), presentes profundamente no Inconsciente Pessoal da pessoa, através dos Complexos, interferem em seu comportamento e atitudes na vida atual. A proposta da Psicologia Espírita, análoga a da Psicologia Analítica de Jung, é de buscar nos Complexos a energia impulsionadora da vida psíquica, canalizando-a no processo de aperfeiçoamento e lapidação da pessoa, na superação de seus medos, traumas e perturbações que respondem pela sua insegurança e pelo seu desequilíbrio emocional.