Sob o ponto de vista clínico, a Fobia faz parte do espectro dos transtornos de Ansiedade, com a característica especial de só se manifestarem em situações particulares. A Fobia é um medo persistente e irracional, com pouco ou nenhum perigo real, mas que, mesmo assim provoca ansiedade extrema. A Fobia nem sempre é uma doença em si. Pode ser um sintoma de outra causa subjacente, geralmente um transtorno mental. De qualquer forma, o medo sentido por pessoas que têm Fobia é completamente diferente da ansiedade normal dos seres humanos.
O medo, por si só, é uma reação psicológica e fisiológica, em resposta a uma possível ameaça ou situação de perigo. Já a Fobia não, essa segue uma lógica propriamente dita. A Fobia costuma ser de longa duração, provoca intensas reações e pode comprometer seriamente a qualidade de vida de quem tem. O que diferencia em grande parte alguém que tenha Fobia de uma pessoa que tenha um simples medo, é que as pessoas com Fobia passam a evitar, a qualquer custo, as situações que desencadeiam as crises alterando sua rotina de vida.
Existem três tipos básicos de Fobias, que são:
Literalmente, medo de ágora – praças públicas dos antigos mercados gregos. Medo de estar em lugares públicos concorridos, onde o indivíduo não possa retirar-se de uma forma fácil ou despercebida. Medo generalizado de lugares ou situações de onde possa ser difícil ou embaraçoso escapar, ou então de onde o auxílio pode não estar disponível. Isso inclui estar fora de casa desacompanhada(o), no meio de multidões ou presa(o) numa fila, ou ainda viajar desacompanhada(o). Medo perante situações em que a pessoa possa estar exposta a observação dos outros, ser vítima de comentários ou passar por situação de humilhação em público. Quando a pessoa tem um medo acentuado e persistente de “passar vergonha” frente aos outros, muitas vezes teme que as outras pessoas percebam seus sinais de fraqueza. Exemplos: encontro romântico, falar com alguém especial, falar em público, participar de um pequeno grupo, expor um trabalho etc. Medo diante de objetos, animais, lugares, pessoas ou situações. Quando o medo ocorre acentuado e persistente, na presença ou na antecipação de determinada coisa ou evento, como: água, sangue, cobra, aranha, altura, lugar fechado, voar, elevador, dirigir, tomar injeção, etc. São centenas de fobias específicas já catalogadas.
A agorafobia
A fobia social
Fobias simples
Segundo o Manual Diagnóstico e Estatístico de Doenças Mentais (DSM IV), a Fobia Simples pode ser dividida em, pelo menos, cinco categorias:
Sintomas da Fobia
Algumas características são notadas em todas as pessoas que apresentam fobias:
Presença e aparecimento de algumas reações físicas e psicológicas, acompanhadas de pelo menos quatro dos seguintes sintomas:
Se não forem devidamente tratadas, as fobias podem comprometer gravemente a vida das pessoas e levá-las a situações extremas.
Causas da Fobia
A causa de muitas fobias ainda é desconhecida pelos médicos. No entanto, sabe-se também que as fobias podem ter uma ligação bastante direta com traumas e situações passadas. Isso acontece porque a maioria dos problemas emocionais e comportamentais é desencadeada por dificuldades que uma pessoa enfrentou ao longo da vida. Todas as pessoas passam por momentos difíceis, mas algumas delas podem desenvolver, com o tempo, sentimentos de angústia que podem evoluir para um quadro de Fobia. Apesar das causas de uma Fobia não estarem totalmente esclarecidas, os médicos e psiquiatras acreditam que uma série de fatores possam estar envolvidos:
Seis em cada dez pessoas com Fobia conseguem se lembrar da primeira vez que a crise de medo ocorreu. Para essas pessoas, há uma ligação muito clara entre o objeto, o animal, o lugar, a pessoa ou a situação, e a sensação de medo. Mas por qual motivo uma pessoa desenvolve uma Fobia? E ainda, por quais razões algumas Fobias são mais comuns que outras? A provável explicação é que esses temores foram importantes para a sobrevivência da espécie humana há milênios, e ao que parece, trazemos essa informação muitas vezes adormecida no nosso inconsciente, e essas podem ser despertadas a qualquer momento.
Outra razão para o desenvolvimento das fobias pode ser o fato de que associamos perigo as coisas ou situações, que não podemos prever ou controlar, como um raio numa tempestade ou o ataque de um animal. Nesse sentido, pessoas com quadro clínico de transtorno de pânico, por exemplo, acabam desenvolvendo Fobia as suas próprias crises e em consequência, evitando lugares ou situações que possam se sentir embaraçados ou que não possam contar com ajuda imediata.
Para entender o que se passa, é interessante lembrarmos uma situação universal: você provavelmente, em algum tempo de sua vida, estava com outra pessoa, numa situação bastante agradável, e ao fundo tocava uma música. Agora, quando você ouve a música, se lembra da situação. E se parar para pensar, não apenas lembra-se da situação, mas talvez sente as mesmas sensações agradáveis. Para o cérebro, o fenômeno é o mesmo. Fortes emoções em geral ficam ligadas ao que acontece em nossa volta. Em geral as Fobias ocorrem quando a crise é desencadeada em situações que já são potencialmente perigosas. Nenhum ser gosta de ficar acuado ou perto de algum outro animal que possa lhe trazer perigo. Estar preso no trânsito, num elevador, num shopping, etc; é o mesmo que ficar acuado sem saída, para quem sofre de certos tipos de fobia.
Tratamento da Fobia
O tratamento mais indicado é a psicoterapia. O tratamento para a Fobia tem como objetivo reduzir a ansiedade e o medo, provocados por motivo ilógico, irracional e exagerado, ajudando no gerenciamento das reações físicas e psicológicas decorrentes deste medo.
Tratamento da Fobia com a EFT
Como fase inicial padrão da minha abordagem com a EFT de modo geral, primeiro é necessário conhecer um pouco mais da pessoa, seus costumes, sua forma de pensar e agir, com as situações do dia a dia. Como foram a sua infância e adolescência, seus relacionamentos nessas fases. Como é a sua relação com o trabalho e com as atividades em que participa. Seu comportamento e costumes corriqueiros. Conhecê-la como um todo! Será investigada a possível incidência ou se existem resquícios de outras doenças aliadas à Fobia (como a Síndrome de Pânico, Ansiedade e Depressão, por exemplo). Em seguida iniciaremos a fase de investigação da causa propriamente dita através de perguntas como:
- Quando esse medo começou?
- O que te faz sentir esse medo?
- O medo cresceu com o passar do tempo?
- Como você considera esse medo: Normal? Lógico? Racional? Desproporcional?
- Você sente que esse medo está comprometendo a sua qualidade de vida?
- Alguém já comentou sobre esse medo com você?
- Você tem algum parente próximo que sofra de alguma fobia?
- Quando esse medo começou, você consegue descrever as cenas ou imagens que ficaram em sua mente, quando o fato ocorreu?
- Além do medo, você sentiu alguma outra emoção? Quais?
- Qual a intensidade desse medo? E das outras emoções?
E com base nesse diagnóstico, buscaremos identificar todas as emoções relacionadas, além do medo, para então, de forma semelhante aos demais tratamentos com a EFT, efetuarmos as rodadas direcionadas e obtermos os resultados. Como sempre, isso varia de pessoa pra pessoa, de caso a caso, de situação a situação. Cada ser humano, caso ou situação tem suas peculiaridades. E isso é o que justifica a presença do terapeuta, analisar as anuências, avaliar a melhor forma e tomar o melhor caminho para atender a necessidade da pessoa.