Ainda referente aos cuidados com os meus netos, sobre os quais eu fiquei de contar a vocês o que nos aconteceu e que nos deu a maior força para enfrentar a situação, durante esse período. O intuito aqui é mostrar como a forma de encarar determinadas situações, faz a diferença no enfrentamento de ocorrências difíceis que temos que enfrentar.
No dia em que eles nasceram (12/11/2016), no final da noite quando eu cheguei em casa um pouco cansado, sentei-me em um canto da sala e cochilei. Durante esse cochilo, eu me vi sendo posicionado durante o sono de que, há uns meses atrás, nós todos das três famílias (da minha, do meu genro e a do pai do meu genro), nos reunimos no plano espiritual com alguns responsáveis, para confirmarmos se realmente nos achávamos preparados para assumirmos a encarnação, então prevista, dos gêmeos e suas decorrências. E nós fomos unânimes em afirmar que “Sim, estávamos preparados!”. Isso envolvia o meu genro e minha filha, os pais do meu genro e sua irmã, eu e minha esposa. E que então, o que havíamos nos comprometido, estava apenas iniciando. Assim que acordei, comentei com minha esposa, e nos dias seguintes com os demais envolvidos, e seguimos em frente. Esse “relato” soou na minha mente e principalmente na da minha filha como: “os dois estão tendo que encarnar nestas condições para resgatarem débitos do passado, que os estão incomodando espiritualmente (sentimento de culpa, etc), de modo que eles terão que passar por vários desafios e a nossa missão é a de ajudá-los nessa empreitada!”. Isso foi tão intenso no nosso íntimo, que toda vez que informávamos às pessoas que eles eram “down”, e elas ficavam “em down”, a nossa animosidade era outra e não a da maioria das pessoas, que ficavam chateadas e deprimidas por isso. Estávamos animados por estarmos auxiliando-os nos desafios que eles estavam e iriam passar nessa vida. Também foi muito útil nos momentos em que o Rafael (um deles), ia fazer uma cirurgia ou tinha sido identificado com um novo problema, etc. Enfim, essa visão nos deu muita força para superarmos os reveses.
Mas a vida não nos avisa ou manda sobreavisos para determinadas coisas. Depois de alguns meses, com um dos gêmeos, o Francisco em casa e o Rafael no hospital, chegou o grande momento do Rafa ter alta e ir para casa. Depois de ter feito uma cirurgia no coração e ter se recuperado; ter feito um procedimento para endireitar o pezinho que nascera torto; de não ter conseguido se livrar do tubo de oxigênio; de ter sido diagnosticada uma surdez e de ter se submetido a uma traqueostomia e se recuperado, enfim, quando completava exatamente 5 meses de idade, foi para casa. Foi um momento muito comemorado e de alegria para todos. Isso foi dia 12/04/2017 às 18:30hrs, uma 4ª.feira. Enfim o Rafael em casa. Enfim, a família reunida. Muitos cuidados, preocupações, planos e tudo mais que a situação requeria foram pensados, providenciados, etc. Era o inicio de uma nova etapa de convívio com a família em casa. Eu particularmente estava ansioso em vê-lo em casa e estar com ele, mas só pode vê-lo no final da semana. No sábado passamos o dia todo com ele e com as duas famílias, pois todos estavam presentes. Foi um dia muito agradável e com expectativa de uma nova fase agora. Mas como eu disse no inicio deste parágrafo, a vida não manda aviso e nos pega de surpresa. O Rafael desencarnou na madrugada de Domingo de Páscoa para 2ª.feira, não se sabe porquê, uma vez que meu genro foi verificar se estava tudo bem com ele às 3 horas da manhã e estava tudo bem com ele; e quando a minha filha foi dar de mamar às 5 horas ele já tinha nos deixado. A causa não nos interessava, uma vez que para nós agora, só nos restava nos conformarmos de que a sua missão nesta vida tinha sido cumprida. Uma encarnação curta, para acertar algumas arestas pendentes (é o que sempre nos ensina a Doutrina Espírita) e que com certeza foi de grande benefício para o seu desenvolvimento espiritual.
Então meus amigos, encerro esse post em que descrevo um momento importante da minha vida, com o intuito de compartilhar os aprendizados decorrentes do mesmo e mostrar o quanto a forma de encarar determinadas situações da vida, faz toda a diferença quando temos que enfrentar momentos difíceis.
Grande abraço a todos!
Fiquem em Paz!
Rodolfo Álvares Scanavini