A Consciência é a única parte da psique conhecida pelo indivíduo, que se forma a partir do Inconsciente e do ambiente externo, que aparece antes do nascimento e que se transforma durante a vida do indivíduo. É o ponto de orientação e percepção do mundo externo. A Consciência se expande com base nas experiências vividas e na busca pela verdade de nós mesmo (autoconhecimento) e do mundo externo (conhecimento). Aquilo que já tomamos consciência passa a ser parte integrante da nossa realidade pessoal. Para que um conteúdo psíquico, vindo do Inconsciente ou do mundo externo, se torne Consciente, é preciso que seja reconhecido pelo Ego.
Para a Psicologia Espírita, os conteúdos psíquicos reconhecidos pelo Ego, passam a ser “novos conteúdos” (aprendizados) a serem incorporados ao Inconsciente do individuo, para serem utilizados mais tarde, quando necessário (nesta ou em futuras existências), como experiência vivida. Também, a conquista da Consciência Plena consiste na incorporação de todos os conteúdos do Inconsciente (que integra todos os conhecimentos, sentimentos e comportamentos já vividos e assimilados pelo Ego), pela Consciência.
O Ego é o centro da Consciência, responsável pela sua organização e que desempenha a função de vigia da mesma. O que não é reconhecido pelo Ego não chega a Consciência. Ele é o sujeito de todas as tentativas de adaptação do ser. Seleciona todo o conteúdo psíquico que chega à Consciência, canalizando energia para se adaptar. Fornece à personalidade, identidade e continuidade. É através da seleção do material psíquico feita pelo Ego, que mantemos uma coerência na nossa personalidade, sem o que perderíamos a nossa capacidade de sermos hoje a mesma pessoa de ontem. Através do Ego é que desenvolvemos uma personalidade única que nos permite ter consciência de nós mesmos, a ponto de sermos capazes de separar o conteúdo psíquico que é nosso, que nos pertence, do que não é nosso; de lembrarmos o que fizemos ontem e de planejarmos o que pretendemos fazer amanhã.
Para a Psicologia Espírita o Ego deve estruturar-se e atuar para adquirir consciência da própria realidade, da própria existência e desenvolver o seu próprio sentido existencial (objetivo de vida). À medida que o Ego (Espírito encarnado) amplia a sua Consciência (se torna mais lucido), ele diminui a influência do seu Inconsciente no seu dia a dia (diminui as perturbações) e estará mais alinhado com o seu Self (Espírito). Em cada nova vida (encarnação), nos seus processos de desenvolvimento e aprendizados sucessivos, ele ao se deparar com situações difíceis geradas por suas emoções ou aspirações desvirtuadas, recebe novas lições de vida que lapidam a sua estrutura psíquica, melhorando o seu estado íntimo e abrindo novos horizontes para novas possibilidades. Nesse processo de lapidação é gerado um novo conteúdo psíquico para o Ego, mais aprimorado, gerando uma nova identidade, um novo Ego, também mais aprimorado, de acordo com as condições e situações caracterizadas pela nova vida e que no final, incrementará o conjunto de experiências adquiridas no seu Self (Espírito eterno).
Magnífico. Tenho 68 anos, sou espírita há 30, curso Psicologia(5º.Termo) e utilizei esse texto para um trabalho. Não citei os conceitos espíritas, mas amei poder lê-los. Obrigada!!!
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